quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

'A Identidade'...

Hoje senti necessidade de... filosofar.

Não vou citar nenhum autor, nem obra anónima ou o pensamento de outrém... apenas deixar que as letras do teclado corram entre os meus dedos discorrendo o que me vai... na alma. Ou melhor: no pensamento.

Pode não ser um discurso coerente, e nem sequer é uma comunicação dirigida.

Portanto, diria que é apenas um desabafo... uma partilha da angústia que sinto que muitos de nós sentimos perante as adversidades dos tempos que estamos a viver.

Apraz-me dizer que sou uma privilegiada, face a muitas outras pessoas que conheço ou conheci neste caminho da vida... mas sinto um enorme e intrínseco pesar, por saber que há quem não o seja.

Como gostava de ter uma 'varinha mágica' e de levar luz a quem não vê; a alegria a quem está triste; o pão a quem tem fome, a água a quem tem sede; uma palavra a quem vive no silêncio... um trabalho a quem está sem trabalho e meio de subsistência.

São muitas as questões, as perguntas sem respostas, as dúvidas e as incertezas.

Talvez este seja um grito de alerta para este vazio em que nos estamos a tornar - absortos na legítima angústia e na incerteza de que o nosso posto de trabalho está lá amanhã, como esteve hoje - descurando muitas vezes quem nos é mais importante: a nossa essência, os nossos filhos, esposo(a), pais, irmãos, primos... amigos.

No que nos estamos a tornar? Vivemos uma 'ditadura democrática'? A competividade promove a mediocridade?  O medo conduz à imoralidade da acção e do pensamento? À inércia? Ao comodismo?

Vivemos tempos conturbados e às tantas parece-me que estamos não só a perder a identidade, como a dignidade, aquilo que nos faz sentir essência, pessoa de direitos e liberdades, mas também de deveres e obrigações. Para connosco e para com os outros.

Há muito que não andava na rua, no metro...  que não sentia os odores das manhãs de Inverno, a luz quente do Sol na tez, que não sentia as pessoas no seu 'frenezim' diário, saindo um pouco da minha 'bolha'. E eis que o fiz e....sinceramente, 'senti' que caminhamos desmotivados, desmoralizados. Quase vazios de coisas boas e salutares como a alegria, a felicidade, a esperança...

Senti que alguns de nós - independentemente da situação económica e social (nem que seja a que aparentamos) - precisamos que nos oiçam, que alguém nos perguntem quem somos, ou o que queremos... o que esperamos dos outros e da vida, e quem queremos que nos dê a mão... uma palavra amiga e carinhosa ou apenas de uma palavra. 

São tantas as dúvidas e as questões que me ocorrem... mas sei que não existem respostas que me saciem.

O título deste 'post' é, também, o de uma obra de Milan Kundera, que li vezes sem conta, porque, de algum modo, e de uma forma talvez inusitada, me identifiquei com as suas personagens. Há alguns anos. Há obras assim. Intemporais, porque sempre actuais. Nem que seja por instantes, por momentos...

Estamos a perder a identidade, porque querem que se perca a memória. A nossa memória, das coisas e das pessoas do passado que, para o bem ou para o mal, são parte de nós, da nossa vivência e da nossa experiência.

Dizem que este é um País de velhos, será? E se assim for, porque não vemos neles os mestres? A sensatez, a moderação, a voz da razão para que valorizemos o essencial, e menos o assessório?!

E porque não cuidamos desses mesmo velhos? Porque os deixamos morrer sozinhos e porque nos sentimos, também nós, sozinhos, desamparados? Furiosos, infelizes e impotentes... reféns de uma idade cronológica que, nem sempre, ou muitas vezes, não corresponde àquela que sentimos?

Seremos velhos aos 40 anos, aos 50, aos 60? E demasiado novos aos 20? E profundamente ambiciosos aos 30?

Quem determina que assim seja? E porquê?

Eu senti-me velha aos 20, rejuvescida ao 30 e muito mais sensata e tolerante aos 40. Mas nem por isso mais feliz ou infeliz. Senti-me apenas... diferente, talvez. Sem nunca deixar de ser a 'eu' de sempre.

O que nos estamos a fazer? O que estamos a deixar que nos façam?

Não nos podemos perder, sem ser em nós próprios... Porque aí, pode ser mais fácil encontrarmo-nos!

TF

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012




Comunicação Educacional



Como refere Coutinho et al (2008, p:1) «as TIC são tecnologias tanto cognitivas como sociais”.

Os autores falam da evolução dessas mesmas tecnologias e do que a mudança de paradigmas (aparecimento da Internet) contribuiu e se reflectiu na comunicação educacional.

Passou-se de uma abordagem pedagógica unidireccional para uma construtivista (hipertexto), que privilegia o ensino/aprendizagem colaborativo, focalizado no aluno e nos seus interesses.

Os espaços de educação são hoje formais e informais, o que conduz à questão da volatilidade da informação que circula na rede, como já alguns colegas referiram.

De facto, é necessário que haja uma certa ‘triagem’ no que concerne à informação que circula na rede, pelo que, na minha óptica, no contexto educativo, o alerta deverá partir do docente. Mas é necessário que o aluno esteja disponível para ouvir o professor e receptivo às suas sugestões.

É indesmentível que a selecção é importante, dada a evolução da Web (2.0) – o utilizador já não é só um espectador, mas um produtor de conteúdos – pelo que  a facilidade de criar um sítio (site), onde tudo se pode partilhar, tem os seus ‘perigos’.

Pelo que, para que a informação postada seja de facto relevante e ‘legítima’ é importantíssimo que o autor do blogue – wiki ou podcast – identifique o propósito do mesmo e legitime a origem dos dados.



Bibliografia:



Coutinho, C. & Junior, J. (2008). “Comunicação Educacional: do modelo unidireccional para a comunicação multidirecional na sociedade do conhecimento”. Em M. Martins & M. Pinto (Orgs.). Comunicação e Cidadania - Actas do 5º Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação. Braga: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (Universidade do Minho). Acedido a 24-8-2011 em http://193.137.91.100/ojs/index.php/5sopcom/article/viewFile/168/164
Imagem: Google (DR)

Viver o digital


«A teoria da aprendizagem e educação, em desenvolvimento, por Papert, construticionismo, está baseada na noção de que as pessoas aprendem ao activamente construírem um novo conhecimento» (Biazuz, 2003, p:6).
Esta parece-me ser a essência do que se pretende com a comunicação educacional multimédia: conduzir à autonomia na construção do conhecimento.
Vivemos na 'era digital' e é a Internet que apresenta as maiores possibilidades educacionais, pois permite aquilo a que Biazuz chama "aprendizagem activa".
Mas parece-me que, mais do que a importância das ferramentas, das maravilhas do software, é o real contributo dessas possibilidades no processo do conhecimento/aprendizagem dos educandos.
«Nos projetos de Alava, as características que visam desenvolver autonomia nos educandos são: abertura para outros recursos materiais e humanos, utilização de modos de representação múltiplos, presença de atividades de favoreçam a aprendizagem, estabelecimento de uma rede de comunicação, acesso a ferramentas de pesquisa e de triagem de informação e acesso a ferramentas de acompanhamento do estudante na participação no desenvolvimento do processo.o viver ao qual queremos nos referir possui um aspecto mais amplo e mostra um educando autônomo, imerso no ambiente digital fazendo escolhas sobre o meio que quer usar e pesquisando (utilizando estes meios) para elaborar o seu trabalho para que ocorram mudanças». (Biazuz, 2003, p:8)
Nota:
Este resumo foi previamente apresentado na 'sala de aula' de FCEM. E a  razão da sua publicação deve-se ao facto de me ter apercebido, no decorrer do semestre, o quanto tenho negligenciado este blogue. Sendo assim, porque não publicar as minhas sintéticas reflexões?!
 Bibliografia:

Biazuz, M. (2003). “É possível viver o digital na multimídia utilizada com fins educacionais?”. Em Novas Tecnologias na Educação, CINTED-UFRGS, vol. 1, nº 2, setembro. Acedido a 24-8-2011 em http://www.nuted.ufrgs.br/oficinas/criacao/multimidiafinseducacionais.pdf
Imagem: Google (Direitos Reservados)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Visitantes: obrigada


Visitors: Thanks

Caros visitantes,


Este é um blogue, essencialmente, sobre temas de Educação, pelo que agradeço que toda e qualquer informação que retirem que seja de autor, façam o favor de o citar.


O património de autor deve ser preservado.


Pontualmente, claro, posso 'postar' outro tipo de informação...


Grata


Dear visitors


This is a blog mainly on issues of education, for which I thank you all and to remove any information that is copyright, please come to quote.


 The author's heritage must be preserved.


 Occasionally, of course, I can 'post' another type of information ...


Thanks
Agradecimento

Thanks


Prezados 'seguidores'...


Dear followers...


Este 'post' serve apenas para agradecer a todos aqueles que já visitaram este meu pequeno blogue.


Antes de tudo, queiram desculpar a fraca actualização do mesmo, mas com a minha vida profissional e académica, não está fácil ter tempo.


Estou agradavelmente surpreendida por saber que a maioria dos visitantes é de Portugal e do Brasil, mas também da Rússia e de Angola. Impressionante.


Aos portugueses, angolanos e brasileiros: muito obrigada por visitarem este blogue.


Lamento não saber escrever em russo, mas vou tentar (graças ao tradutor do google)...: Спасибо, что посетили этот блог.


Mas porque também porque já houve algumas visitas dos EUA, aqui segue o agradecimento: Thank you for visiting this blog.


Não posso deixar de agradecer sobretudo aos grandes académicos brasileiros. Muita da bibliografia que me é dada a ler pelos docentes é oriunda de Terras de Vera Cruz. Talvez por terem muito bons investigadores e docentes em Educacção, e também por ser tecnologicamente avançado. Mas um dos maiores pedagogos de sempre, na minha óptica, claro, e cujas palavras são sempre inspiradoras é Paulo Freire. (Por acaso ainda estou para descobrir se não temos alguma ligação familiar...;))


E por Brasil... vou partilhar convosco, com toda a humildade, algo mais da minha proximidade a esse fantástico e enorme País:


Além de Paulo Freire, o Brasil tem muitas outras maravilhas... a comida, os sucos de fruta maravilhosa - que saudades de uma água de côco em Copacabana, apesar de preferir uma caipirosca - as praias... o Sol ... e actores fantásticos, além de grandes músicos, poetas e escritores. Alguns dos quais tive o prazer de conhecer graças à minha vida profissional. Entre eles, o grande Jorge Amado. Quando conheci o 'bairro dele', - que parece mesmo o nosso Bairro Alto - ainda era vivo. Mas também conheci a sua maravilhosa esposa, Zélia Gattai.


Enfim...  pessoas fantásticas que conheci em Portugal, muito antes de conhecer o Brasil. Mas no Brasil conheci muitos anónimos maravilhosos: além dos profissionais da minha área, também a cabeleireira, o recepcionista, o taxista, a funcionária de uma loja de vestidos fantásticos (e baratos) do Rio de Janeiro.


Adoro o Rio de Janeiro pela sua descontração... e tenho saudades de passear pelas ruas da cidade cruzando-me com o 'sr x' que passeia o seu cãozinho em calção de banho; São Paulo é mais... 'europeu' mas encontrei gente igualmente fantástica e muito profissional e elegante; a Baía é muito mística e musical... e em Porto Seguro conheci uma tribo de índios que jamais esquecerei. Não tanto os adultos, mas as crianças... eram lindas, muito espertas e de uma alegria e uma delicadeza invulgares... Não sei como explicar. Mas fiquei fascinada. Um dia, quando encontrar no meu baú as fotos dos 'meus meninos índios', coloco aqui em sua homenagem. Espero que sejam hoje uns adolescentes felizes e que todos os seus sonhos se tenham concretizado.


Bem hajam!